sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Melhores amigos

Um dia estava andando pelo parque, quando vi um garoto, muito simpático e fui conversar com ele:
- Oi, tudo bem?
- Tudo. 
- Qual o seu nome?
- Meu nome é Felipe, e o seu?
- O meu é Ketlenn.
Nos dois conversamos por horas e horas, ele falou de sua vida e eu falei um pouco da minha, descobri sua idade, tinha doze anos, estudava no Colégio Bernado Sayão e outras coisas.
Eu disse a ele que eu tinha treze anos e que o meu aniversário era dia vinte e três de novembro e também que fazia uma aula de reforço muito legal. 
Ele gostou muito do pouco que contei sobre minha vida, disse que também estava precisando de aulas de reforço porque estava com muitas dúvidas em algumas matérias. Falou que iria conversar com sua mãe para ver se ele poderia estudar lá.
No outro dia, ele apareceu no reforço com sua mãe. Perguntou se havia vaga para ele, a professora disse que sim, e que seria muito bom tê-lo como aluno.
Eu fiquei muito feliz pois ele iria fazer reforço comigo, e eu conheceria mais um pouco sobre ele. Com o tempo fomos nos conhecendo mais e mais e por fim nos tornamos grandes amigos.
Quem diria que de uma conversa no parque, sairia uma amizade tão bonita e feliz como a nossa.
FIM!!!!!!!!!!

Análise do texto "Apólogo"



A borracha e lápis

O lápis e a borracha não são amigos inseparáveis. Disputam o espaço que sempre ocuparam juntos. 
- Eu sou mais importante que você - disse a borracha - porque a cada burrada que você faz eu tenho que ir lá e apagar. Se eu não existisse você estaria com vários problemas.
- Mas se eu não existisse meu bem você também não existiria, pois sem mim você não apagaria nada. Caso eu não errasse, qual seria sua função. Diz o lápis com tom de soberba.
A borracha e o lápis são importantes para alunos e professores, sem a sua existência teríamos que usar sempre caneta e corretivo e isso não seria bom, pois a cada erro cometido teríamos que deixar borrado.
- Sem você borracha teria sempre que ser certinho 3 por 4, sem errar nenhum coisa, seria muito chato. Não vou mais brigar com você.
- Amigos? Diz o lápis.
- É verdade lápis temos que ser parceiros, brigar não é legal. Vamos viver em paz. Conclui a borracha.

A borracha e o lápis são importantes para o dia a dia das pessoas. Se um acaba o outro deixa de existir.

Ketlenn Araújo

Um Apólogo
Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora?  A senhora não é alfinete, é agulha.  Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa!  Porque coso.  Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você?  Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.  Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?  Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?  Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.


ELEMENTOS DA  NARRATIVA
Personagem
Agulha, novela de linha e alfinete da cabeça grande
Lugar
Casa da baronesa
Tempo
Durante o dia
Enredo
A agulha e o novelo de linha disputam para descobrir qual o melhor dos dois.



SEQUÊNCIA DA NARRATIVA
Situação Inicial
Diálogo entre uma agulha e um novelo de linha
Conflito
a briga da agulha com o novelo de linha
Clímax
quando as personagens param  de falar uma com a outra.
Desfecho
o alfinete dá uma lição de moral na agulha.

VOCABULÁRIO
Coser
costurar
Melancolia
tristeza indefinida
Mofar
implicar
Subalternos
inferior
Ínfimo
muito pequeno
Galgos de Diana
batedores que caminham à frente -farejando a caça.



FICHA DO TEXTO
Autor
Machado de Assis
Tipologia
Narração
Gênero
Apólogo
Título
 Apólogo